quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Reia


Reia (FO 1943: Réia), na mitologia grega, era uma titã, filha de Urano e de Gaia. Na mitologia romana é identificada com Cibele, uma das manifestações da Deusa mãe, Magna Mater.
Os doze titãs, filhos de Urano e Gaia, eram Oceano, Céos, Crio, Hiperião, Jápeto, Téia, Reia, Têmis, Mnemosine, a coroada de ouro Febe e a amada Tétis e Cronos.
Irmã e esposa de Cronos, gerou Deméter, Hades, Hera, Hestia, Posídon e Zeus, segundo a Teogonia de Hesíodo. Por ser mãe de todos deuses do Olimpo, é conhecida como Mãe dos Deuses. É uma deusa relacionada com a fertilidade.
Devido a um oráculo de Urano, que profetizara que Cronos seria destronado por um dos filhos, este passou a engolir todos os filhos assim que nasciam. Reia decidiu que isto não ocorreria com o sexto filho. Assim, quando Zeus nasceu, Reia escondeu-o numa caverna no Monte Ida em Creta ao cuidado dos assistentes curetes posteriormente sacerdotes e, no lugar do filho, deu a Cronos uma pedra enrolada em panos. Cronos engoliu-a, pensando ser o filho. Há diversas versões sobre quem criou Zeus. Algumas relatam que ele foi criado por Gaia; outras, por uma ninfa (Adamantéia ou Cinosura); segundo uma outra versão, foi nutrido por uma cabra (Amalteia). Ao atingir a idade adulta, Zeus destronou o pai, forçou-o a vomitar os irmãos e assumiu o Olimpo.
Seguindo a ascensão do filho Zeus ao status de rei dos deuses, ela contestou uma parte do mundo e acabou refugiando-se nas montanhas, onde cercou-se de criaturas selvagens. Geralmente, é associada a leões ou a uma biga puxada por leões.
Na Ásia Menor, era conhecida como uma deusa terrestre, sendo venerada com ritos orgíacos. O nome significa "fluxo", aparentemente em referência à menstruação feminina, e "reconforto", talvez em referência aos partos fáceis.
           


Cronos


Cronos (em grego: Κρόνος) (por vezes confundido com Chronos, Χρόνος), era a Divindade suprema da segunda geração de deuses da mitologia grega e titã, correspondente ao deus romano Saturno. A etimologia do seu nome é relativa a "tempo", pois assim como o tempo Cronos devora aos seus.Outra suposição é que poderia estar relacionada com "cornos", sugerindo uma possível ligação com o antigo demónio indiano Kroni ou com a divindade levantina El.
Filho de Urano, o Céu estrelado, e Gaia, a Terra, é o mais jovem dos Titãs. A pedido de sua mãe se tornou senhor do céu castrando o pai com um golpe de foice.
A partir de então, o mundo foi governado pela linhagem dos Titãs que, segundo Hesíodo, constituía a segunda geração divina. Foi durante o reinado de Cronos que a humanidade (recém-nascida) viveu a sua "Idade de Ouro".
Cronos casou com a sua irmã Réia, que lhe deu seis filhos (os Crónidas): três mulheres, Héstia, Deméter e Hera e três rapazes, Hades, Poseidon e Zeus.
Como tinha medo de ser destronado, Cronos engolia os filhos ao nascerem. Comeu todos exceto Zeus, que Réia conseguiu salvar enganando Cronos enrolando uma pedra em um pano, a qual ele engoliu sem perceber a troca.
Quando Zeus cresceu, resolveu vingar-se de seu pai, solicitando para esse efeito o apoio de Métis - a Prudência - filha do Titã Oceano. Esta ofereceu a Cronos uma poção mágica, que o fez vomitar os filhos que tinha devorado.
Então Zeus tornou senhor do céu e divindade suprema da terceira geração de deuses da Mitologia Grega ao banir os tios Titãs para o Tártaro e afastou o pai do trono, e segundo as palavras de Homero prendeu-o com correntes no mundo subterrâneo, onde foi encontrado, após dez anos de luta encarniçada, pelos seus irmãos, os Titãs, que tinham pensado poder reconquistar o poder de Zeus e dos deuses do Olimpo.
Segundo outras tradições, Cronos teria sido, simplesmente, drogado e levado para a ilha misteriosa de Tule ou teria sido exilado como rei para um sítio ideal onde o "solo fértil produzia colheitas três vezes por ano" e onde se teria prolongado esta idade de ouro, definitivamente terminada com o aparecimento da terceira geração, a de Zeus e dos Olímpicos. Em outra lenda Cronos teria sido destruído e atirado no Tártaro.
Cronos foi, por vezes, assimilado ao deus fenício Baal, a cujo ídolo eram sacrificadas as vítimas humanas.
A lenda de Cronos figura no teto da Sala dos Elementos no Palácio Vecchio, em Florença), pintado por Giorgio Vasari e Cristofano Gherardi. Goya representou Cronos devorando os seus filhos Museu do Prado, Madrid.
Cronos também tem a sua imagem e fama fortemente assimilada com obras atuais que envolvem a mitologia grega. Sempre em papel de vilão, como por exemplo no jogo God of War ou na série de livros Percy Jackson e os Olimpianos.


Titâs


Na mitologia grega, os Titãs – masculino – e Titânides – feminino - (em grego Τιτάν, plural Τιτνες) estão entre a série de deuses que enfrentaram Zeus e os deuses olímpicos na sua ascensão ao poder. Outros oponentes foram os Gigantes, Tifão e Ofion.
Dos vários poemas gregos da idade clássica sobre a guerra entre os deuses e os Titãs, apenas um sobreviveu. Trata-se da Teogonia atribuída a Hesíodo. Também o ensaio Sobre a música atribuído a Plutarco, menciona de passagem um poema épico perdido intitulado Titanomaquia ("Guerra dos Titãs") e atribuído ao bardo trácio cego Tamiris, por sua vez um personagem lendário. Além disso, os Titãs desempenharam um papel importante nos poemas atribuídos a Orfeu. Ainda que apenas se conservem fragmentos dos relatos órficos, estes revelam diferenças interessantes em relação à tradição hesiódica.
Os Titãs não formam um conjunto homogêneo. Trata-se, em geral, de divindades muito antigas que, por uma razão ou outra, continuaram a ter uma certa vigência dentro da mitologia grega clássica e, ao constituir-se o esquema genealógico dos deuses, foram incluídas entre os descendentes de Urano.
Os mitos gregos da Titanomaquia caem na classe dos mitos semelhantes na Europa e Médio Oriente, em que uma geração ou grupo de deuses confronta os dominantes. Por vezes os deuses maiores são derrotados. Outras os rebeldes perdem, e são afastados totalmente do poder ou ainda incorporados no panteão. Outros exemplos seriam as guerras dos Aesir com os Vanir e os Jotunos na mitologia escandinava, o épico Enuma Elish babilónico, a narração hitita do "Reino do Céu" e o obscuro conflito geracional dos fragmentos ugaritas. O Livro da Revelação cristão também descreve uma "Guerra no Céu".


A primeira geração de Titãs
Originalmente os Titãs eram filhos de Urano e Gaia:
Titãs:
Titânides:
  • Febe, a da coroa de ouro. Titânide da lua.
  • Mnemosine, personificação da memória e mãe das Musas com Zeus.
  • Reia, rainha dos titãs com Cronos.
  • Témis, encarnação da ordem titãnica, das leis e costumes, e mãe das Horas com Zeus.
  • Tétis, titã do mar.
  • Téia, titã da visão e da luz.

Outros Titãs

O matrimónio entre irmãos era corrente na mitologia grega, e vários Titãs e Titânides se uniram, dando origem a uma segunda geração de Titãs:
Cronos e Réia formaram o casal mais importante, pois são progenitores de seis dos deuses olimpianos e, em algumas versões, também progenitores de Afrodite:
  • Héstia, deusa do lar, que para manter a paz no olimpo, cedeu seu lugar junto aos outros grandes deuses olimpianos para Dionísio.
  • Hera, deusa da fidelidade e rainha do Olimpo.
  • Hades, deus do mundo inferior onde se localizam ambos, o Tártaro e os Campos Elísios.
  • Deméter, deusa da agricultura e da fertilidade, conhecida também por rainha dos trigais.
  • Posêidon, deus dos oceanos.
  • Zeus, rei dos deuses, rei do Olimpo.


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Hermes


Hermes (em grego: ρμής) era, na mitologia grega, um dos deuses olímpicos, filho de Zeus e de Maia, e possuidor de vários atributos. Divindade muito antiga, já era cultuado na história pré-Grécia antiga possivelmente como um deus da fertilidade, dos rebanhos, da magia, da divinação, das estradas e viagens, entre outros atributos. Ao longo dos séculos seu mito foi extensamente ampliado, tornando-se o mensageiro dos deuses e patrono da ginástica, dos ladrões, dos diplomatas, dos comerciantes, da astronomia, da eloquência e de algumas formas de iniciação, além de ser o guia das almas dos mortos para o reino de Hades, apenas para citar-se algumas de suas funções mais conhecidas. Com o domínio da Grécia por Roma, Hermes foi assimilado ao deus Mercúrio, e através da influência egípcia, sofreu um sincretismo também com Toth, criando-se o personagem de Hermes Trismegisto. Ambas as assimilações tiveram grande importância, criando rica tradição e perpetuando sua imagem através dos séculos até a contemporaneidade, exercendo significativa influência sobre a cultura do ocidente e de certas áreas orientais em torno do Mediterrâneo, chegando até à Pérsia e à Arábia.
As primeiras descrições literárias sobre Hermes datam do período arcaico da Grécia, e o mostram nascendo na Arcádia. Já no primeiro dia de vida realizou várias proezas e exibiu vários poderes: furtou cinquenta vacas de seu irmão Apolo, inventou o fogo, os sacrifícios, sandálias mágicas e a lira. No dia seguinte, perdoado pelo furto das vacas, foi investido de poderes adicionais por Apolo e por seu pai Zeus, e por sua vez concedeu a Apolo a arte de uma nova música, sendo admitido no Olimpo como um dos grandes deuses. Mais tarde inúmeros outros escritores ampliaram e ornamentaram sua história original, tornando-o até um demiurgo, e surgiram múltiplas versões dela, não raro divergentes em vários detalhes, preservando-se porém suas linhas mais características. Foi um dos deuses mais populares da Antiguidade clássica, teve muitos amores e gerou prole numerosa. Com o advento do Cristianismo, chegou a ser comparado a Cristo em sua função de intérprete da vontade do Logos. As figuras de Hermes e de seu principal distintivo, o caduceu, ainda hoje são conhecidas e usadas por seu valor simbólico, e vários autores o consideram a imagem tutelar da cultura ocidental contemporânea.


Atena


Atena (no grego ático: Αθηνά, transl. Athēnā ou Aθηναία, Athēnaia; ver seção Nome), também conhecida como Palas Atena (Παλλάς Αθηνά) é, na mitologia grega, a deusa da guerra, da civilização, da sabedoria, da estratégia, das artes, da justiça e da habilidade. Uma das principais divindades do panteão grego e um dos doze deuses olímpicos, Atena recebeu culto em toda a Grécia Antiga e em toda a sua área de influência, desde as colônias gregas da Ásia Menor até as da Península Ibérica e norte da África. Sua presença é atestada até nas proximidades da Índia. Por isso seu culto assumiu muitas formas, além de sua figura ter sido sincretizada com várias outras divindades das regiões em torno do Mediterrâneo, ampliando a variedade das formas de culto.
A versão mais corrente de seu mito a dá como filha partenogênica de Zeus, nascendo de sua cabeça plenamente armada. Jamais se casou ou tomou amantes, mantendo uma virgindade perpétua. Era imbatível na guerra, nem mesmo Ares lhe fazia páreo. Foi padroeira de várias cidades mas se tornou mais conhecida como a protetora de Atenas e de toda a Ática. Também protegeu vários heróis e outras figuras míticas, aparecendo em uma grande quantidade de episódios da mitologia.
Foi uma das deusas mais representadas na arte grega e sua simbologia exerceu profunda influência sobre o pensamento grego, em especial nos conceitos relativos à justiça, à sabedoria e à função civilizadora da cultura e das artes, cujos reflexos são perceptíveis até nos dias de hoje em todo o ocidente. Sua imagem sofreu várias transformações ao longo dos séculos, incorporando novos atributos, interagindo com novos contextos e influenciando outras figuras simbólicas; foi usada por vários regimes políticos para legitimação de seus princípios, penetrou inclusive na cultura popular, sua intrigante identidade de gênero tem sido de especial apelo para os escritores ligados ao feminismo e à psicologia e, por fim, algumas correntes religiosas contemporâneas voltaram a lhe prestar verdadeiro culto.



Afrodite


Afrodite (em grego antigo: Αφροδίτη) era a deusa grega da beleza, do amor e da procriação. Originário de Chipre, o seu culto estendeu-se a Esparta, Corinto e Atenas. Foi identificada como Vênus pelos romanos.
Possuía um cinturão, onde estavam todos os seus atrativos, que, certa vez, a deusa Hera, durante a Guerra de Tróia, pediu emprestado para encantar Zeus e favorecer os gregos. De acordo com o mito teogônico mais aceito, Afrodite nasceu quando Urano (pai dos titãs) foi castrado por seu filho Cronos, que atirou seus testículos ao mar, então o semêm de Urano caiu sobre o mar e formou ondas chamadas de (aphros), e desse fenomeno nasceu Aphroditê ("espuma do mar"), que foi levada por Zéfiro para Chipre. Por isso um dos seus epítetos é Kypris. Assim, Afrodite é de uma geração mais antiga que a maioria dos outros deuses olímpicos.
Em outra versão (como diz Homero), Dione é mãe de Afrodite com Zeus, sendo Dione, filha de Urano e Tálassa


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Hefesto


Hefesto ou Hefaísto (em grego: Ήφαιστος, transl. Hēphaistos) foi um deus da mitologia grega, cujo equivalente na mitologia romana era Vulcano. Filho de Zeus e Hera, rei e rainha dos deuses ou, de acordo com alguns relatos, apenas de Hera, era o deus da tecnologia, dos ferreiros, artesãos, escultores,metais, metalurgia, fogo e dos vulcões. Como outros ferreiros mitológicos, porém ao contrário dos outros deuses, Hefesto era manco, o que lhe dava uma aparência grotesca aos olhos dos antigos gregos. Servia como ferreiro dos deuses, e era cultuado nos centros manufatureiros e industriais da Grécia, especialmente em Atenas. O centro de seu culto se localizava em Lemnos. Os símbolos de Hefesto são um martelo de ferreiro, uma bigorna e uma tenaz, embora por vezes tenha sido retratado empunhando um machado.
Hefesto foi responsável, entre outras obras, pela égide, escudo usado por Zeus em sua batalha contra os titãs. Construiu para si um magnífico e brilhante palácio de bronze, equipado com muitos servos mecânicos. De suas forjas saiu Pandora, primeira mulher mortal.

Hefesto na mitologia

Paternidade

Numa das tradições sobre o mito de Hefesto, atestada na Odisseia de Homero e talvez também na Ilíada, Hefesto nasceu da união de Zeus e Hera. Outra versão do mito, registrada apenas de maneira segura em textos tardios, mas que pode indicar um resquício do mito arcaico da Hera autônoma, ela teria dado a luz a Hefesto através da partenogênese; a motivação, segundo a cosmologia centrada em Zeus de Hesíodo,seria o envolvimento da deusa numa disputa competitiva com Zeus relacionada a este ter "dado à luz" a Atena. Os pintores de vasos áticos, no entanto, ilustravam a tradição mais difundida, de que Hefesto já estaria presente ao nascimento de Atena, empunhando o martelo com o qual ele havia feito uma abertura na cabeça de Zeus para libertá-la.

 

 

Queda do Olimpo

A despeito de ser a deusa da família, Hera arremessou Hefesto do alto dos céus, desgostosa por ele ser coxo, em outra versão, ele teria ficado coxo justamente devido à queda. No relato homérico, ele despencou durante nove dias e noites até cair no oceano, onde foi criado pela oceânides Tétis (mãe de Aquiles) e Eurinome.
Outra explicação afirma que ele teria sido arremessado por Zeus, por ter resgatado sua mãe quando o rei dos deuses a acorrentou por o pôr-se a ele. Já outro relato afirma que ele teria despencado durante um dia e caído na ilha de Lemnos, onde foi criado e treinado para ser um mestre artesão pelos síntios, antiga tribo nativa daquela ilha.  De acordo com estas duas versões, ele teria ficado coxo graças à queda.

 

Deus do vulcão

Hefesto foi identificado pelos colonos gregos do sul da Itália com os deuses do vulcão Adrano (do monte Etna) e Vulcano, das ilhas Lipari. Sua forja foi deslocada até lá pelos poetas. O sábio Apolônio de Tiana, do século I, teria comentado: "existem muitas outras montanhas em diferentes partes da terra além do Etna, mas não somos tão levianos a ponto de afirmar que suas erupções são provocadas por gigantes e deuses."
Um mito de fundação ateniense narra que Atena teria recusado uma união carnal com Hefesto devido à sua aparência pouco atraente e seu defeito físico, e que quando ele então se enfureceu e tentou tomá-la a força, a deusa desapareceu de sua cama. A ejaculação de Hefesto caiu sobre a terra, engravidando Gaia, que acabou por dar à luz a Erictônio de Atenas; este então foi dado, ainda criança, a Atena, para que essa o criasse guardado por uma serpente. Higino derivou deste mito uma criativa etimologia para o nome Erichthonius, a partir da "disputa" (Eris) entre Atena e Hefesto e a criança-terra (chthonios). Existe na cidade um Templo de Hefesto, o Hephaesteum (chamado erroneamente de "Theseum"), localizado próximo à ágora ateniense.
Na ilha de Lemnos, sua consorte era a ninfa Cabiro, com quem ele teve dois filhos, dois deuses ferreiros conhecidos como cabiros. Na Sicília, sua consorte foi à ninfa Etna, e seus filhos foram os dois deuses dos gêiseres sicilianos conhecidos como palicos.
Segundo Homero a esposa de Hefesto era Cáris. Para a maior parte dos mitos, no entanto, Hefesto é marido de Afrodite, que o trai cometendo adultério com Ares.

 

 

O ofício de Hefesto

Hefesto foi responsável por fazer boa parte dos magníficos equipamentos dos deuses, e quase todo tipo de trabalho em metal dotado de poderes mágicos que aparece na mitologia grega é tido como tendo sido feito pelo deus; o elmo alado e as sandálias de Hermes, o peito de armas conhecido como égide, a célebre cinta de Afrodite, o cetro de Agamenon a armadura de Aquiles, os crotala de bronze de Héracles, a carruagem de Hélios (bem como a sua própria), o ombro de Pélops, o arco e Flecha de Eros. Hefesto trabalhava com o auxílio dos ciclopes ctônicos, seus assistentes na forja. Também construiu autômatos de metal que trabalhavam para ele; entre estes estavam tripés que tinham a capacidade de ir e votar ao Monte Olimpo. Hefesto deu ao cego Órion seu aprendiz, Cedálion, para ser seu guia. Em uma das versões do mito do deus, Prometeu teria roubado o fogo que ele deu aos homens da forja de Hefesto. Este também teria criado o presente que os deuses deram ao homem, a mulher Pandora e seu pithos. Como um hábil ferreiro, Hefesto fez todos os tronos do Palácio do Olimpo.

O retorno de Hefesto

Hefesto foi o único deus a ter retornado para o Olimpo depois de ter sido exilado.
Numa narrativa arcaica, Hefesto teria se vingado de Hera pela sua rejeição dele construindo para ela um trono dourado mágico que, quando ela se sentou sobre ele, não a deixava mais se levantar. Os outros deuses imploraram a Hefesto que retornasse ao Olimpo para libertá-la, porém ele teria recusado, dizendo "eu não tenho mãe."
Finalmente Dioniso, enviado para trazê-lo de volta, compartilhou com ele seu vinho, embebedando assim o ferreiro e trazendo-o de volta ao Olimpo sobre acompanhada por foliões - cena que por vezes aparece ilustrada nos vasos pintados da Ática e de Corinto. Nas cenas pintadas os dançarinos e figuras fálicas que formam a turba que acompanha Dioniso enquanto este conduz a mula mostram que a procissão fazia parte das celebrações ditirâmbicas que antecederam, em Atenas, as peças satíricas do século V.
O tema do retorno de Hefesto, popular entre os pintores de vasos áticos cujas mercadorias eram apreciadas pelos etruscos, pode ter sido responsável por levar o mito para a Etrúria. Do modo em que os pintores retratavam a procissão, Hefesto estaria montado sobre uma mula ou cavalo, acompanhado por Dioniso, que segurava as rédeas e as ferramentas de Hefesto, entre elas um labrys (espécie de machado com duas lâminas).
O viajante Pausânias relatou ter visto uma pintura no Templo de Dioniso, em Atenas, construído no século V, porém decorado em algum ponto anterior ao século II d.C., quando Pausânias o viu:
"Existem pinturas aqui - Dioniso levando Hefesto para o céu. Uma das lendas gregas diz que Hefesto, ao nascer, teria sido arremessado de lá por Hera. Como vingança, o deus deu como presente a ela uma cadeira dourada com correntes invisíveis. Assim que ela sentou foi presa [pelas correntes], e Hefesto se recusou a atender os apelos dos outros deuses, com exceção de Dioniso - em quem tinha total confiança - e após embebedá-lo Dioniso o levou de volta ao céu."

Hefesto e Afrodite

Hefesto, sendo o mais decidido dos deuses, recebeu de Zeus a mão de Afrodite para evitar que os outros deuses travassem disputas por ela. Afrodite, no entanto, não aceitou a idéia do casamento arranjado com o feio Hefesto, iniciou um relacionamento amoroso com Ares, deus da guerra. Hefesto ficou sabendo da promiscuidade de Afrodite por meio de Hélio, o Sol onividente, e planejou uma armadilha para eles durante uma de suas escapadas. Enquanto Afrodite e Ares estavam juntos na cama, Hefesto envolveu-os com uma rede de cota de malha inquebrável, tão fina que era praticamente invisível, e levou-os ao Monte Olimpo para humilhá-los diante dos outros deuses. Estes, no entanto, apenas riram diante da visão dos amantes nus, e Posídon conseguiu persuadir Hefesto a libertá-lo como troca de uma garantia de que Ares pagaria uma multa pelo adultério. Na Odisséia Hefesto afirma que devolveria Afrodite a seu pai e exigiria dele seu dote.
Na Ilíada a consorte de Hefesto é uma Afrodite menor, Cáris ("a graça") ou Aglaia ("a gloriosa"), a mais jovem das Graças, como Hesíodo a chama. Hefesto foi pai de diversos filhos, tanto com mortais quanto imortais. Um destes foi o ladrão Perifetes. Juntamente com Talia, Hefesto era considerado o pai dos Palicos.
Os tebanos acreditavam que a união entre Ares e Afrodite teria resultado em Harmonia, tão bela quanto uma segunda Afrodite. Não se tem, no entanto, qualquer relato de algum fruto desta união, a menos que Virgílio tenha afirmado a sério que Eros seria seu filho. Autores posteriores explicam esta declaração afirmando que o deus do amor seria filho de Ares, mas entregue a Hefesto para que este o criasse como seu próprio filho.
Hefesto estava associado de alguma maneira aos mistérios arcaicos pré-gregos (originários dos frígios e trácios) dos Cabiros, também conhecidos como Hephaistoi, "os homens-de-Hefesto", em Lemnos. Uma das três tribos lêmnias também se chamava de Hephaestion, alegando descendência direta do deus. Hefesto tinha poucos epítetos, quando comparado a outros deuses; um deles era Hefesto Etneu (Hephaestus Aetnaeus), por sua oficina supostamente situar-se sob o monte Etna.

 

Consortes e filhos

1.   Afrodite
2.   Aglaia:
1.  Eucleia
2.  Eutênia
3.  Eufeme
3.   Etna:
1.  Os Palicos
4.   Cabiro:
1.  Os Cabiros
5.   Gaia:
6.   Anticleia:
1.  Perifetes
7.   de mães desconhecidas:
1.  Árdalo
2.  Cércio (possivelmente)
3.  Óleno
4.  Palemônio, argonauta
5.  Filoto
6.  Pílio
7.  Espínter
Os romanos também alegavam que sua divindade equivalente, Vulcano, teria os seguintes filhos:
1.   Caco (Cacus)
2.   Céculo (Caeculus)